17/12/2012

Carta de (des)amor

Querida Ana.
Como sei que você sempre amou receber cartas e que desde quando nos conhecemos me cobrava muito por nunca ter te escrito uma, resolvi, finalmente, lhe realizar tal desejo. Não sei bem por onde começar, então, serei prático e começarei pela parte mais bela: O fim. 
Não sei se devo agradecer à Deus ou à você, Ana. O fato, é que estou deveras feliz por ter tirado um peso das minhas costas: Você. Não que você fosse gorda, aliás, embora achasse, você não era nada gorda. Era linda! E digo que 'era' porque parte da sua beleza estava em algo que se perdeu. Não sei se de mim ou de você. Aquele brilho nos olhos, aquela vontade, aquela saudade que só aumentava a cada munto, acabou. Virou tédio, dissabor. 
Ah, Ana, como eu te amei... De verão a verão, eu te amei. E passei noites em claro planejando nossas fugas pelo mundo. Sonhando com nossos filhos, os filhos que você nunca quis ter. E te imaginando entrando pela igreja, com um belo vestido branco, vestido esse que você nunca quis usar. Dizendo o tão esperado 'sim', que, agora, nem sei se um dia você quis falar.
É, talvez sua insistência em temer finais felizes tenha nos trazido até aqui. Ou, talvez, tenha sido só consequência do destino. Por ou por outro, queria te dizer, melhor, queria gritar ao mundo: EU CANSEI DE TE AMAR, ANA! 
Bom, espero que minha estadia em sua vida não tenha sido completamente vã, pois, na minha, a sua não foi. Não guardo rancor. Embora tudo isso tenha sido meio trágico, só te desejo o melhor. Vá e enlace suas mãos em outras mãos que mereçam seu amor. E ame. Se entregue sem medo. Mergulhe de cabeça nesse oceano em chamas que é o amor. Não deixe que ele vá embora assim como eu estou indo e, por favor, não me procure mais, estou indo ser feliz e não tenho data pra voltar.

Beijos do seu EX qualquer coisas, Henrique.  
Rio de  Janeiro, 13 de  Dezembro de 1998.

1 comentários:

Unknown disse...

É triste quando alguém não dá o valor aos nossos sentimentos. Um relacionamento deve ser nutrido a cada dia, senão como qualquer flor, murcha e morre. É triste ver quando um sentimento tão puro como o amor "morreu".

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