16/12/2012

Centrifugando as pessoas e seus julgamentos.

O ser humano tem manias engraçadas, uma delas é a do julgamento. Acredito que deva ser o único animal que olha para seus semelhantes e o julga por maldade, diversão ou, pior, por hábito. Tenho me deparado cada vez mais com esse tipo de situação e fico me perguntando o porquê. Não vou partir pra uma abordagem psicológica, por motivos de: Não tenho bases para isto. No entanto, quero pegar o lado empírico da coisa e tentar refletir algo. Let's do it, bro! 
Certa feita, me deparei com a senhorita X. Classe média, um ou outro problema familiar, cabelo à lá Janis Joplin e filosofias de vida duvidáveis. Gostava de criticar o sistema, as pessoas, o país e Deus. Julgava jovens e sua obediência sistemática aos pais. Se dizia ou, pelo menos, se mostrava livre, anarquista, revolucionária e, hoje, é só mais do mesmo. Sem tirar nem por. Até sua rebeldia é enlatada.
Foi então que conheci o senhor Y.  Um jovem meio fora de sua época. Escrevia seus pesares e guardava numa agenda velha, nada clichê. Família meio estranha, sem raízes muito sólidas, tinha conceitos concretos mas que soavam um tanto quanto líquidos aos ouvidos. Parecia culto, talvez fosse, talvez não. Julgava o mundo por sua hipocrisia, sua mediocridade, mas quase sempre guardava pra si. Por tédio ou preguiça, não sei. Desprezava muitos, ali, no seu sofá. Ficava quieto. Não contribuía para a paz mundial, não colabora para a guerra. Era quase um nada, se não fosse sua importância num universo próximo de amigos. 
Por fim, conheci Sir Isaac Z. Trocava de sonho como quem troca de roupa. Era volátil, inconstante, gritava coisas ao mundo das quais não se lembrava horas depois. Tinha um coração bom. Queria mudar o mundo, mas por trás do computador. Medíocre? Talvez. Hipócrita? Quem sabe?! Tinha seus conceitos, na maioria formados por frases de uma ou outra Rede Social. Criticava muito. Nunca está satisfeito e, apesar de ter muito, esta sempre reclamando. Julgava (quase) tudo. Se pautava no que conhecia e para ele tava bom.
Após conhecer essas três figuras não tão singulares, me pergunto: Qual o direito elas tem de julgar alguém? Quero dizer, julgar elas podem, é uma escolha e um direito (?) delas. Porém, veja bem, elas julgam muito do que fazem parte. Criticam, 'odeiam', falam sobre muito do que são. E o mais engraçado é que nem percebem e, se percebem, fingem não ver, porque o que importa é o outro. A falha do outro. O erro do outro. A incapacidade do outro.
Mesmo que nada disso leve a lugar algum, elas vão continuar assim. Por que são assim, cresceram ou ficaram assim e assim serão até que tomem nota disso ou que se esforcem pra mudar. Mas qual o intuito de mudar algo que, no geral, a eles não afeta em nada? Pra que um desgaste mental ? Ser uma pessoa melhor não é um discurso suficiente. Não no século XXI.
As vezes, acho que tudo isso é causado pela conjuntura em que vivemos. Toda essa influência do meio externo e dos tempos modernos. A impessoalidade e egocentrismo aumentando. A quase necessidade de se criar uma personalidade única, forte e diferente. Mas, as vezes... As vezes gosto do primeiro discurso de 'ser uma pessoa melhor' e acho que tudo isso é só falta de bom senso. É a falta de 'olhar para no nosso próprio traseiro' e ver que nada disso nos levará à lugar algum.
Todas essas coisas me ocorreram pela manhã e senti necessidade de compartilha-las com alguém virtual. No mais, estou indo embora. 

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