29/04/2012

Remar.

Ela estava perdida na pista, como se esperasse alguém que a convidasse para dançar. No brilho tímido do seu olhar eu via  medo de errar. Mas era quase tão claro quanto a Lua que a iluminava que seu corpo pedia mundo, pedia música, queria voar. Num súbito impulso tome-ia pela mão e a convidei para dançar. Ela me empurrou, eu resisti. Ela sorriu, eu sorri. A música era agitada, mas dançamos quase que uma valsa solitária. O resto do mundo desapareceu. Com sua dor, com sua flor, com seu medo, com tudo. Fechamos os olhos e acordamos num profundo oceano, onde só nos restava remar. Remar. Re mar. Re amar.
"Você esta pronta?", perguntei-a e ela me respondeu com um "e você?". Ela estava? Eu estava? Queria ouvir um sim, mas só escutava eco de alguma coisa dizendo "Tente". E tentei... Onde vamos chegar ainda não sei, mas o importante ainda estou fazendo. Remando.

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