Eu era feliz. Eu tinha um estojo e um compasso. Tinha lápis das cores mais imagináveis e canetinhas das mais variadas porosidades. Eu era um artista, um pintor. Era uma criança dando vida à sua imaginação. Mas um dia tudo se foi. Naquele dia em especial, tudo se foi. Perdi o estojo e o compasso, e agora não sei os passos da dança. Perdi as cores das tintas, a ponta dos lápis, o bico das canetinhas. Perdi tudo. Perdi os sonhos e a imaginação. Sobrou-me apenas uma borracha branca, que mancha, mas não apaga àquelas doces memórias e nem escreve mais estórias minhas.