29/01/2012

Talvez, a pior coisa numa separação seja não ter alguém para esquentar seus pés. Quero dizer, eu nunca me separei. Aliás, eu mal me relacionei com alguém, mas... Ter os pés gelados é algo realmente cruel. Tudo bem que para aquece-los existam mil e uma maneiras, como: meias com chinelos, meias com pantufas, meias com... meias (!!) Só que me parece soluções tão vazias. Pode não parecer, mas existe muita melancolia em pés com meias numa tarde gelada de domingo, pois aposto que 9 em 10 pessoas trocariam um par de meias, por um par de pés quentinhos e um edredon numa tarde gelada. E aí, toda melancolia seria substituída por um romancezinho gostoso, daqueles vem acompanhados com bolinhos e café quente pela manhã. Enfim, vou colocar minhas meias porque amar não ta fácil pra ninguém e antes ser um solitário de meias, do que um solitário resfriado. Até.

24/01/2012

Recomeço.

Era uma tarde qualquer, a brisa estava fresca e a chuva caía lá fora. Foi assim que vi meu amor partir... Quando digo 'meu', não quero dizer que ele realmente tenha sido meu, era só que eu o queria pra mim e por deseja-lo tanto, me senti no direito de chama-lo de 'meu'. Lembro que enquanto ele ia andando, levando consigo uma trouxa de lembranças, fiquei sentado na porta vendo a chuva o molhar, esperando que o arrependimento batesse e uma hora ele resolvesse voltar. Desde aquela tarde eu não dormi, eu não sonhei, só fiquei ali contando histórias, escrevendo estórias, esperando o tempo passar e ele resolver voltar, voltar pra mim. Até que um dia me dei conta que nunca existiu um amor e que por isso ele não iria voltar, que nunca me pertenceu e que por isso eu não podia chama-lo de meu. Naquele momento eu me levantei, bati a poeira da calça e passei a ignorar o mundo, o brilho das estrelas, as crianças na rua, o café quente. As vezes chorei escondido de mim, as vezes tentei rir, as vezes fugi de tudo, fugi do mundo.
Mas um dia, sem saber exatamente o porquê, me dei conta que a vida vai além das barreiras impostos por nossos pensamentos. Percebi que correr, fugir, negar que te amei, negar que tudo existiu, era o pior erro que poderia cometer. Afinal, a vida é assim mesmo, é feita de fracassos, de decepções, de magoas e que é isso que nos fortalece, que nos prepara para cometer os próximos erros. A vida é feita de erros e é de erro em erro que chegamos ao sucesso. Quando me dei conta de tudo isso uma lágrima me correu a face, o sol sorriu, as crianças sorriram, a vida sorriu pra mim e eu sorri pra ela, porque eu percebi que estava pronto para amar novamente e, se preciso, recomeçar de novo e de novo e de novo e enquanto for preciso.

13/01/2012

Devaneios de uma noite de verão

Eu sempre a olhei com olhos de namorador. Eu a paquerava na praça, a paquerava na internet, a paquerava no no shopping, a paquerava onde quer que ela fosse. Não que eu fosse um desses psicopatas apaixonados! É só que eu gostava de inventar acasos que no fundo não iriam acontecer, afinal, a sentença ja me havia sido dada: "Filho, desencana! Ela é muito pra você!" e foi isso. Aceitei, deixei pra lá.... Assim, fácil! Mas uma coisa é certa!  Nunca deixei de olhar aquela pequena apaixonada, de ler seus romances, de ler seus sonhos, de imaginar finais pra eles, pra gente... E é por isso que acho engraçado e até bonito o jeito que o acaso deu pra unir nossos destinos. Não foi assim como num filme, mas foi tão nosso que não poderia ser melhor. 
O grande barato de tudo isso não foi porque aconteceu, foi o "como" aconteceu. Diferente do que eu, ela ou qualquer outra pessoa sensata poderia prever. Diferente de todos os finais que sonhei, de todos os filmes que ja vi, de todos os romances que li e reli. O grande barato, é que nem metade disso aconteceu ainda  e é esse ainda que me faz sonhar.