Dia após dia vou escrevendo num papel de pão os contos da minha vida. Escrevo contos pois não gosto de histórias. Para escrever histórias eu precisaria dividir capítulos e ter um trabalho árduo para fazer com que as coisas tenham um minimo de coerência.... Da pra imaginar?! Eu, escrevendo uma história sobre mim com coerência?! Pois então, nos contos, assim como na minha vida, a coerência é restrita à três páginas e olha lá! Tão curta que mal à percebo, e quando me dou conta já estou vivendo outro lance... Inconstante, frustrante... Mas, pensando bem... Foram essas tais inconstâncias que fizeram constar nos meus contos as histórias mais desvairadas que vivi.
Alguns contos esbocei, outros escrevinhei, a maioria não terminei, uns tentei apagar, mas... Ops, escrevi de caneta, e não posso me enganar, corretivo só iria esconder o que um dia eu me envergonhei de fazer...! E tem conto de tudo! Tem de quando caí, de quando ri, de quando quase morri, de quando chorei, briguei, apanhei, amei... Ah, os contos de amor. Ah, meus contos de amor.... Os mais breves e também os mais profundos. Os meus preferidos!
Acredito que os contos de amor dizem muito sobre uma pessoa. Cada conto uma nova personagem, com novas manias, com novas brigas (porque conto de amor sem briga não é de amor, é de utopia) e com novos desfechos. Desfechos grandes, dramáticos, trágicos, ou nem tanto. Enfim, são dos de amor que eu gosto e são pra escreve-los que vivo. E como vivo!
04/11/2011
22/09/2011
Barbie e Ken ?
Nos tempos em que todas as Barbies tinham um Ken, a Barbie daquela garota em especial tinha uma Suzy. Ela era apenas uma garotinha brincando de boneca com suas amigas, mas ja sentia que algo nela era diferente. Com o tempo, permitir que sua Barbie namorasse uma Suzy soava estranho, as outras meninas à tratavam com indiferença, como se ela estivesse cometendo um crime. Porém ela não queria arrumar um namorado pra sua Barbie, pois dentre tantos motivos, ela ja tinha a Suzy e elas eram felizes assim, com tudo, por medo de ficar sozinha, sem amigas, resolveu que era hora de ceder. Ela chorou, chorou muito, achou que fosse necessário e o fez. Naquela noite a pobre Suzy se misturou ao fogo da lareira e ás lágrimas da menina que pegou no sono aos soluços.
O dia amanheceu cinza, mas a garota se manteve forte e como se fosse para uma guerra (ainda que com adversário desconhecidos) ela comprou um Ken. Nos primeiros dias voltou à ser aceita no clube da luluzinha, mas aquilo começou a ficar chato, com o Ken não era a mesma coisa e as meninas ja começavam à sonhar com Ken's de verdade... Então antes que fosse excluída novamente, se excluiu.
Dias, meses, anos se passaram mas a ideia de ter uma Suzy pra sua Barbie não se foi e como quem não queria nada um sentimento de ter uma Suzy pra ela também começou a nascer e a crescer e a incomodar e a incomodar tanto que ela estava decidida à não relutar mais, resolveu quebrar as regras e ir à um lugar onde sua mãe dissera ser frequentado por pessoas estranhas sem religião. Ao chegar lá, se sentiu estranha, porque pela primeira vez na vida ela não se sentia estranha, ela estava bem. Era um lugar cheio de luzes, com música alta, onde não importava se a Suzy estava com o ken, com a Barbie ou com os dois. Pensamentos sórdidos veio em sua cabeça: O que suas velhas amigas diriam se a visse ali? O que sua mãe pensaria? Tais pensamentos se misturaram com um riso solto e um xote de tequila.
No fim da madrugada, já meio bebada, uma outra garota à reconheceu e foi falar com ela, por um instante ela sentiu medo mas... Espere! Não era uma garota qualquer, era uma de suas velhas amigas, mas não uma amiga qualquer, era a amiga que ela sempre sonhou como sua Suzy, a amiga com quem ela dançou até o sol nascer e que queria dançar por toda a eternidade. Pela primeira vez na vida ela estava feliz, ela e sua Suzy. O tempo brincou com elas e como num piscar de olhos, meses se passaram, porém ambas sabiam que embora inocente, sua felicidade era criminosa. Como suas mães reagiriam? Como seus amigos, sua famílias, os desconhecidos, como todos reagiriam? Por hora não importava... Por hora!
Numa tarde de primavera, Suzy e Barbie resolveram namorar em casa, assistir um filme, comer sorvete, fazer coisas de 'namorados' enquanto a mãe da Barbie viajava. Entre um beijos e passadas de mão o clima começou a esquentar. Uma tira a camiseta, outra o suitã, outra isso, outra aquilo... E o inevitável aconteceu, a mãe da Barbie entrou pela porta acompanhada de primos e tios que vieram passar férias em sua casa. Silêncio mórbido. "Mãe eu posso explicar..."gritou a Barbie, mas ja era tarde pra explicações. Enfurecida, a mãe de Barbie nunca havia se sentido tão humilhada, ela quebrava vasos, questionava a vida, questionava Deus, mesmo sabendo que a resposta mais sincera a menina ja tinha dado "Eu à amo, mãe. E eu nunca fui tão feliz quanto sou agora, por favor, me aceite". Apesar de ver sua filha implorar por perdão, ela não era capaz de perdoar, não era capaz de aceitar essa forma de amor, porque no fundo, ela nunca tinha conhecido o amor. Expulsou a menina de casa, como quem expulsava um cão sarnento da igreja.
Sem rumo, a Barbie só queria achar queria achar alguém que a aceitasse como ela era. A unica pessoa capaz de abraça-la nesse momento era sua pequena Suzy, mas ela também estava perdida, nessa altura todos na cidade ja sabiam. Com medo, elas tomaram a atitude mais corajosa de suas vidas, porém não a mais sensata, resolveram ceder. Naquela madrugada fazia exatamente um ano que elas haviam se conhecido. naquela madrugada elas selaram a promessa do primeiro encontro e dançaram juntas pelas eternidade.
O dia amanheceu cinza, mas a garota se manteve forte e como se fosse para uma guerra (ainda que com adversário desconhecidos) ela comprou um Ken. Nos primeiros dias voltou à ser aceita no clube da luluzinha, mas aquilo começou a ficar chato, com o Ken não era a mesma coisa e as meninas ja começavam à sonhar com Ken's de verdade... Então antes que fosse excluída novamente, se excluiu.
Dias, meses, anos se passaram mas a ideia de ter uma Suzy pra sua Barbie não se foi e como quem não queria nada um sentimento de ter uma Suzy pra ela também começou a nascer e a crescer e a incomodar e a incomodar tanto que ela estava decidida à não relutar mais, resolveu quebrar as regras e ir à um lugar onde sua mãe dissera ser frequentado por pessoas estranhas sem religião. Ao chegar lá, se sentiu estranha, porque pela primeira vez na vida ela não se sentia estranha, ela estava bem. Era um lugar cheio de luzes, com música alta, onde não importava se a Suzy estava com o ken, com a Barbie ou com os dois. Pensamentos sórdidos veio em sua cabeça: O que suas velhas amigas diriam se a visse ali? O que sua mãe pensaria? Tais pensamentos se misturaram com um riso solto e um xote de tequila.
No fim da madrugada, já meio bebada, uma outra garota à reconheceu e foi falar com ela, por um instante ela sentiu medo mas... Espere! Não era uma garota qualquer, era uma de suas velhas amigas, mas não uma amiga qualquer, era a amiga que ela sempre sonhou como sua Suzy, a amiga com quem ela dançou até o sol nascer e que queria dançar por toda a eternidade. Pela primeira vez na vida ela estava feliz, ela e sua Suzy. O tempo brincou com elas e como num piscar de olhos, meses se passaram, porém ambas sabiam que embora inocente, sua felicidade era criminosa. Como suas mães reagiriam? Como seus amigos, sua famílias, os desconhecidos, como todos reagiriam? Por hora não importava... Por hora!
Numa tarde de primavera, Suzy e Barbie resolveram namorar em casa, assistir um filme, comer sorvete, fazer coisas de 'namorados' enquanto a mãe da Barbie viajava. Entre um beijos e passadas de mão o clima começou a esquentar. Uma tira a camiseta, outra o suitã, outra isso, outra aquilo... E o inevitável aconteceu, a mãe da Barbie entrou pela porta acompanhada de primos e tios que vieram passar férias em sua casa. Silêncio mórbido. "Mãe eu posso explicar..."gritou a Barbie, mas ja era tarde pra explicações. Enfurecida, a mãe de Barbie nunca havia se sentido tão humilhada, ela quebrava vasos, questionava a vida, questionava Deus, mesmo sabendo que a resposta mais sincera a menina ja tinha dado "Eu à amo, mãe. E eu nunca fui tão feliz quanto sou agora, por favor, me aceite". Apesar de ver sua filha implorar por perdão, ela não era capaz de perdoar, não era capaz de aceitar essa forma de amor, porque no fundo, ela nunca tinha conhecido o amor. Expulsou a menina de casa, como quem expulsava um cão sarnento da igreja.
Sem rumo, a Barbie só queria achar queria achar alguém que a aceitasse como ela era. A unica pessoa capaz de abraça-la nesse momento era sua pequena Suzy, mas ela também estava perdida, nessa altura todos na cidade ja sabiam. Com medo, elas tomaram a atitude mais corajosa de suas vidas, porém não a mais sensata, resolveram ceder. Naquela madrugada fazia exatamente um ano que elas haviam se conhecido. naquela madrugada elas selaram a promessa do primeiro encontro e dançaram juntas pelas eternidade.
22/07/2011
Eu que fui feito de partidas, resolvi ficar e ver o sol se pôr. E quando ele nascer novamente quero estar ao seu lado...
Perdido, confuso, sozinho, refém dos próprios pensamentos. Feridas que nunca cicatrizaram voltam a sangrar. Caminhos escuros, estradas vazias, tudo bifurca, mas nada me leva até você, seja la quem for...
Sempre tentando, no escuro, sempre fugindo, do vazio, sempre ali, sempre... Quando foi que me tornei quem sou? Quando passei a depender? A depender do amor? Meus conceitos mudaram, minha vida mudou! Tudo permutou, mas o som da sua voz continua ecoando na minha cabeça. Por que?
Sempre tentando, no escuro, sempre fugindo, do vazio, sempre ali, sempre... Quando foi que me tornei quem sou? Quando passei a depender? A depender do amor? Meus conceitos mudaram, minha vida mudou! Tudo permutou, mas o som da sua voz continua ecoando na minha cabeça. Por que?
31/05/2011
Ser/Estar
Não é que eu seja infeliz, só não estou feliz agora. Não se É feliz, se ESTA feliz. Felicidade é um estado de espírito, bem como a tristeza, o ódio, o amor... Nessa brincadeira de ser e estar, sempre acabo me perdendo, me confundindo, me enrolando, me redescobrindo e me convencendo de que estou e nunca sou. Por que não há nada melhor do que estar... Ser é aceitar, se conformar, se condicionar a estar sempre, agora estar... Estar é permutar, se permitir, experimentar!
Ontem eu estava sozinho, mas não era sozinho. E embora eu ainda esteja sozinho hoje, amanhã posso já não ser... E é esse o barato de estar! Não aceito ser, não consigo ser, não me permito ser, mas aceito estar, e estando estarei sempre. De um jeito ou de outro. Talvez eu esteja por muito tempo, talvez por pouco... E embora eu possa estar pra sempre, isso nunca significará que eu sou. Porque tudo que é, é, e o que esta ora esta, ora não esta...
Uns gostam de ser, outros preferem estar... É um direito singular que só cabe à si, jamais aos outros. Você não pode obrigar alguém à estar, só porque não consegue ser, e vice-versa... Nessa brisa de ser e estar, eu vou estando... E enquanto você vai sendo, vou escrevendo e brincando de tentar explicar o que nem eu estendo.
Ontem eu estava sozinho, mas não era sozinho. E embora eu ainda esteja sozinho hoje, amanhã posso já não ser... E é esse o barato de estar! Não aceito ser, não consigo ser, não me permito ser, mas aceito estar, e estando estarei sempre. De um jeito ou de outro. Talvez eu esteja por muito tempo, talvez por pouco... E embora eu possa estar pra sempre, isso nunca significará que eu sou. Porque tudo que é, é, e o que esta ora esta, ora não esta...
Uns gostam de ser, outros preferem estar... É um direito singular que só cabe à si, jamais aos outros. Você não pode obrigar alguém à estar, só porque não consegue ser, e vice-versa... Nessa brisa de ser e estar, eu vou estando... E enquanto você vai sendo, vou escrevendo e brincando de tentar explicar o que nem eu estendo.
09/05/2011
Os Becos
Estive vagando pelos becos vazios da minha vida. Era uma madrugada fria de um domingo qualquer.Caminhando sozinho, me deparei com casas velhas, esculhambadas, construções antigas e mal acabadas que abandonei para esquecer. E por um tempo, as esqueci.
Com o tempo, levantei outros alicerces. Vive histórias que julguei melhores. Morei em casa que julguei maiores, Mas, andando por esses becos, percebi que ao esquece-los também me esqueci, pois, querendo ou não, eles faziam parte de mim e, agora, eu também fazia parte deles, afinal eu os construí, neles vivi e eles fui, ao menos até quando me conviu.
Hoje, olho para o que sou e vejo uma cidade em ruinas, um reino derrotado, um governo falido. Olhando aqueles becos sombrios, me dei conta que não havia mais como e nem porque evitar... Fracassos, dores, decepções, vergonhas, humilhações, tudo atacou-me em cheio, não havia exército para me defender, não havia portões para me proteger, não havia anda, apenas um coração sem fé. Tudo ao meu redor se esvaiu e dessa vez só dependia de mim reconstruir as casas ou espera-las cair sobre meu corpo já tão frio.
Com o tempo, levantei outros alicerces. Vive histórias que julguei melhores. Morei em casa que julguei maiores, Mas, andando por esses becos, percebi que ao esquece-los também me esqueci, pois, querendo ou não, eles faziam parte de mim e, agora, eu também fazia parte deles, afinal eu os construí, neles vivi e eles fui, ao menos até quando me conviu.
Hoje, olho para o que sou e vejo uma cidade em ruinas, um reino derrotado, um governo falido. Olhando aqueles becos sombrios, me dei conta que não havia mais como e nem porque evitar... Fracassos, dores, decepções, vergonhas, humilhações, tudo atacou-me em cheio, não havia exército para me defender, não havia portões para me proteger, não havia anda, apenas um coração sem fé. Tudo ao meu redor se esvaiu e dessa vez só dependia de mim reconstruir as casas ou espera-las cair sobre meu corpo já tão frio.
22/04/2011
O que sempre foi
Vai novamente
Nunca me pertenceu
Nunca esteve nos meus braços
Nunca quis ser meu
Mas e eu?
Que sempre fui seu
Que matei amores
E morri pelo seu.
E eu ?
Que te daria o mundo
E eu?
Que te daria o mundo
E eu?
Não se vá...
20/04/2011
Nothing
Aquela vontade de nada voltava à me assombrar. Os dias passavam em horas e tudo me parecia nada, porque, agora, o nada para mim era tudo. Não lembro qual foi a última vez, mas lembro que foi bom... Como deixe escapar? Como me perdi de mim? Eis minha retórica que não cessa.
Minhas lágrimas não fazem tanto sentido agora. Mais uma vez sinto que falhei. Desapontei à todos... Mentira, não desapontei ninguém. Porque dessa vez não tinha ninguém lá por mim. Era só eu, Deus e talvez nem ele. E ainda assim não fui capaz. E não me sinto capaz nem de me expressar, nem de escrever, muito menos de falar... Porque agora eu não preciso de mais nada, porque agora o nada para mim é tudo.
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